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domingo, 30 de setembro de 2012

As novas drogas e os efeitos no organismo


As novas substâncias, com efeito prolongado de duração, escondem efeitos cada vez mais danosos ao organismo humano e, muitas vezes, são subprodutos de alucinógenos já conhecidos, como a cocaína. A polícia paulista apreendeu, na semana passada, pela primeira vez no estado, a chamada cápsula do medo ou cápsula do vento. Similar ao LSD, a droga tem sido usada na Europa no lugar do êxtase e, segundo a polícia, seu efeito pode chega a durar até 30 horas.
A mesma substância, derivada da anfetamina, foi encontrada pela polícia, em 2004, em Santa Catarina. “Chegamos ao traficante depois de prender um usuário em Brasília”, afirma o Chefe do Serviço de Perícia de Laboratório e Balística do Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal, o Perito Marcos de Almeida Camargo. A droga é vendida em cápsulas transparentes e gelatinosas e com dois gramas da substância cada.
No Acre, a nova febre é o OXI. A droga fez pelo menos 30 vítimas, entre 2003 e 2004, na fronteira do Brasil com a Bolívia e o Peru. As mortes foram constatadas, este ano, pela Rede Acreana de Redução de Danos – Reard, organização não-governamental que trabalha na prevenção de DST/Aids.
Pesquisa da Reard revelou que o OXI é mais letal que o crack. Trata-se do “enferrujamento” das substâncias que estão na folha da coca. Misturada ao querosene e cal, no momento do refino da cocaína, essas substâncias aumentam o grau de letalidade da droga. A Polícia Federal diz que a substância tóxica não passa de cocaína suja e atribui o nome a uma estratégia do tráfico internacional para vender cocaína com um outro nome.
Usuários infantis
A especialista em saúde pública Helena Lima diz que o problema é o nível de sofisticação da elaboração química e o efeito violento no organismo. Coordenadora da pesquisa da Reard, Liz alerta que o “batismo”( como é chamada a mistura) com outras substâncias é tão intenso que a quantidade de coca no final é mínima, mas o efeito no organismo é devastador.
Os pesquisadores se assustaram mais ainda quando encontraram, entre os usuários de OXI, crianças de 9 anos de idade. “Tivemos que descartar um terço dos entrevistados porque eram menores. Trabalhamos com 80 pessoas entre 18 e 35 anos.” Segundo Helena Lima, 25 participantes do estudo morreram de parada cardíaca e overdose, durante o período da pesquisa.
A pesquisadora não sabe se o oxi é retirado da pedra ou da pasta de coca. “Estudamos mais os efeitos e o comportamento dos usuários”, justifica. A droga atinge diretamente o sistema nervoso central. Além disso, afeta a circulação sangüínea e agride vários órgãos, entre eles o estômago. Para rebater o efeito bombástico, os usuários normalmente usam a droga combinada com o álcool, que tem efeito anestésico.
Os técnicos da Reard pretendem realizar apresentações em outros estados sobre os efeitos da nova droga. “Vamos apresentar o quadro do uso de drogas por caminhoneiros, profissionais do sexo e usuários de crack”, detalha Helena Lima. O combate ao narcotráfico tem dificultado o acesso de traficantes a substâncias como éter, utilizadas no refino da cocaína. “Eles buscam novos mercados e usam solventes cada vez mais agressivos”, afirma a Pesquisadora.
O perito da PF ouviu falar em oxi há três anos, mas garante nunca ter constatado a nova droga nas amostras recebidas. “A diferença do oxi está no processo de oxidação sofrido pela cocaína durante o refino”, esclarece Camargo.
Para a Polícia Federal, o que está acontecendo no Acre é uma mudança de mercado. Camargo considera o OXI uma estratégia de marketing. Seria apenas uma forma de refino mais barata para a velha cocaína. “É um novo nome para a mesma droga. Os traficantes fazem as misturas na coca de acordo com o público-alvo. Além das sujeiras de praxe, eles usam substâncias baratas e perigosa s para aumentar volume de droga com menos cocaína”, diz Camargo.
Outra novidade no mercado do narcotráfico é o GHB (gama-hidroxi-butirato) depressor do sistema nervoso central que funciona como um sedativo. A droga líquida normalmente é misturada na bebida. “Ela potencializa o efeito do álcool. Sabemos que já chegou no Brasil, mas ainda não foi feita apreensão pela PF”, conta.
Autor: Correio Braziliense
Fonte: OBID 

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